Afetividade entre pais e filhos.

A afetividade entre pais e filhos é coisa que cresce ao longo do tempo, através do envolvimento que ambos vão tendo no cotidiano de suas vidas.

Com a vida moderna, a correria do nosso cotidiano, como o excesso de trabalho, faz com que as relações entre pais e filhos se estreitem cada vez mais. Mas isso não é problema quando há qualidade nos momentos em que estão juntos.

Algumas atitudes podem auxiliar na formação de um bom vínculo afetivo, nos mais simples e diversos fatos do dia-a-dia.

Todos os dias, ao chegar do trabalho, os pais devem buscar os filhos, tentando mostrar para eles que mesmo não estando presente o tempo todo, se preocupam com as coisas de suas vidas. É importante que conversem, trocando informações de como foi o dia de cada um, o que sentiram ao ficarem afastados, como transcorreram as coisas, etc.

Ouvir é uma atitude importante para quem quer demonstrar atenção, bem como conversar olhando nos olhos dos outros. É comum acharmos que conhecemos tudo dos filhos, das suas vidas, mas interrompê-los numa conversa é uma atitude que os deixa chateados. Por isso, nos dedicarmos a esses momentos é uma forma de comprovar atenção e carinho.

Demonstrar interesse por suas atividades escolares também é uma forma de aproximação. Os pais devem manter esse tipo de diálogo todos os dias para que os filhos sintam-se amparados, seguros de que alguém se preocupa com eles.

Com as modernidades do mundo high tech fica fácil participar da vida dos filhos, mesmo estando longe por alguns períodos. Uma ligação de surpresa, para saber se está tudo bem, os deixará muito feliz. Mensagens de celular também é uma maneira de manifestar preocupação e cuidado, porém, os excessos podem fazer com que os filhos sintam-se vigiados.

Valorizar as qualidades dos mesmos também ajuda muito nas relações afetivas. A criança ou jovem que recebe elogios tem sua auto-estima elevada, sentem-se mais capacitados e seguros para realizar suas atividades.

Compartilhar as atividades domésticas também é uma boa forma de manter os laços entre pais e filhos. Os pais poderão pedir que estes ajudem ou que fiquem por perto para irem conversando enquanto trabalham. Momentos na cozinha reforçam as relações entre todos os familiares. À mesa, poderão compartilhar ótimos momentos de prazer, com conversas muito agradáveis e produtivas.

O importante é que os pais consigam demonstrar o quanto amam os filhos, mesmo não estando perto deles por todo tempo e, nos finais de semana, aproveitar para compensar essa ausência (,) programando diversões em que possam ficar juntos.

Fonte: educador brasil escola

É um fato observado por educadores: ter uma perspectiva de futuro é a forma mais eficaz do jovem compreender que vale a pena investir nos estudos no momento presente. Por isso, a importância dos pais contribuírem para despertar em seus filhos esta visão. É a famosa construção de um projeto de vida, no qual ele vislumbra qual atuação profissional lhe atrai e que estilo de vida ele pretende adotar. Vale ressaltar, no entanto, que sonhar em ter uma profissão que lhe permita ter uma casa na praia, viajar para o exterior ou viver confortavelmente, como muitos jovens fazem, é só o começo de tudo. Desenhar um projeto de vida é estabelecerobjetivos a curto, médio e longo prazo, como querer se formar numa faculdade, adquirir um bem, casar. Metas que simplesmente terminam quando alcançadas e que podem até trazer frustrações, por parecem sem sentido depois de conquistadas. Já ter um projeto vital é algo maior, que talvez se passe a vida inteira buscando realizá-lo: por exemplo, quero constituir uma família e ser um bom exemplo para os filhos, ter um lar equilibrado; quero colocar minha atuação a serviço da sociedade e trabalhar para fazer com o que o mundo se torne um pouco melhor etc.

O melhor, então, é ampliar as perspectivas dos filhos, ajudando-os a enxergar além dos benefícios diretos de se construir uma carreira e trabalhando valores maiores, como transformação social, inclusão, solidariedade. Os especialistas admitem que esta é uma tarefa complexa. Estamos diante de uma sociedade de valores invertidos, muito voltada para o consumo e não para um posicionamento ético. São conceitos passados em novelas, propagandas, pela mídia. Por isso mesmo nos tempos atuais os jovens precisam ainda mais desta ajuda dos pais na construção de sua perspectiva futura. É algo difícil porque a vida moderna foi reduzindo os momentos de convivência entre pais e filhos, os adultos chegando ao final do dia de trabalho sem ânimo para conversar. A escola, que também tem um papel fundamental neste processo, se tornou conteudista e pouco ajuda. Os pais precisam vencer o cansaço se envolverem com seus filhos e também cobrar que a escola cumpra seu papel, ajudando neste processo.

Veja como ajudar seu filho a construir uma visão positiva do futuro, com as dicas dos dois especialistas entrevistados. Todas as recomendações têm algo em comum: para serem viáveis, precisam de muitos momentos dedicados à conversa.

 

1- Ajudar no planejamento:

Seu filho externou o desejo de conhecer o mundo? Então que tal descobrirem juntos as opções de carreira que podem levar a isso (como diplomata, relações internacionais); listarem quais as habilidades estas carreiras exigem e como é possível desenvolvê-las? Se a filha sonha em ter uma doceria, vale conversar sobre a importância de se entender mais sobre o que envolve a administração de um empreendimento. Mantendo o tom motivador, os pais devem ajudar seus filhos a pensarem nas ações necessárias para se concretizar o que se deseja, como se é preciso aprender um idioma, por exemplo. Vale, também, identificarem obstáculos que precisam ser superados ressaltando que eles compensarão; às vezes, o jovem não é afeito à informática por exemplo, mas a análise mostra que ter este conhecimento é importante; ele chegará a conclusão de que vale o esforço.

 

2- Não desmotivar:

Os pais não devem se tornar agentes de desmotivação e “matar” o sonho do filho, mesmo que ele apresente uma visão fantasiosa de seu futuro ou que pareça inalcançável. Ao contrário, a mensagem deve ser sempre para impulsioná-lo. Meu pai sempre me dizia: ‘filho, se você quiser, vai conseguir realizar. Pode ser que tenha que se dedicar um pouco mais, estudar um pouco mais, mas vai conseguir’. É esta a função dos pais: ajudar os filhos a cultivarem seus sonhos e também dar ‘uma regadinha’ de vez em quando para ajudar, perguntando de quando em quando se o filho evoluiu na ideia que tinha, como está pensando em realizar etc.

 

3- Estimular a busca pelo vital:

Seja qual for o desenho do projeto de vida de seu filho, os pais devem estimular, em suas conversas sobre como desenvolvê-lo, a busca do conceito de “projeto vital”. É levar à reflexão sobre o que mais aquele projeto de vida trará, além de uma carreira profissional ou estabilidade financeira. É importante conversar sobre qual a função social daquela atuação e como desempenhá-la será recompensador do ponto de vista da realização pessoal.

 

4- Deixar seu filha aberto para possíveis mudanças de rumo:

É importante o jovem entender que ele provavelmente irá reorganizar o projeto de vida várias vezes, ajustando-o às oportunidades e adversidades que encontrará.

 

5- Ressaltar que todos têm um papel importante na sociedade:

Esta é uma tarefa para envolver família e amigos. É importante criar oportunidades para que avós, tios e demais pessoas próximas à família comentem sobre como o que fazem contribui para a sociedade. O jovem precisa entender que não existe profissão ou atuação melhor que outra. Todas têm sua função social. O gari, por exemplo, é fundamental para termos uma cidade limpa e organizada, com o recolhimento de lixo.

 

6- Mostrar que ainda há muito o que fazer pelo mundo:

A geração atual nasceu em uma época de democracia, liberdade sexual, mulheres no mercado de trabalho, estabilidade econômica e tantas outras conquistas pelas quais gerações anteriores lutaram. Isso pode gerar uma falsa sensação de que já não há pelo que se mobilizar. Os pais devem mostrar que há inúmeras mudanças que precisam ainda ocorrer; ressaltando as enormes desigualdades sociais, os conflitos armados, o esgotamento dos recursos naturais e a intolerância de pensamento que existem no mundo.

 

7- Ampliar a visão de mundo e de realidade do seu filho:

Ter conhecimento de realidades de vida diferentes da sua pode ajudar o filho a se identificar com alguma “causa”, motivando-o ainda mais a seguir com seu projeto de vida ou a encontrar um. A família pode fazer isso se envolvendo em ações sociais como se voluntariando para visitas a crianças hospitalizadas, por exemplo. Entender que existem crianças que precisam de um transplante de coração, por exemplo, pode motivá-lo a pensar em campanhas de doação de órgãos, querer estudar para aprimorar o funcionamento de um coração artificial ou ainda pensar em formas de alegrar o tempo que os pequenos passam no hospital.

 

8- Lembrar que é possível começar já:

Vale destacar que o projeto vital é algo que começa tão logo se proponha pensar nele. Os pais devem motivar seu filho, perguntando o que ele enxerga que pode começar a fazer desde já para construí-lo. Um jovem que tenha a defesa do meio ambiente como princípio pode e deve tomar atitudes coerentes, como não jogar papel em via pública, fazer uso racional da água, mobilizar os amigos para limpar uma praça etc.

 

9- Reforçar que momentos desfavoráveis passarão:

É claro que vários aspectos do presente podem atrapalhar a criação de uma visão positiva do futuro, como uma crise familiar seja por dificuldades financeiras, separação dos pais, reprovação escolar ou morte de um parente ou amigo querido. Nestes momentos é preciso mostrar que dificuldades podem ser superadas, e mesmo que alterem o projeto de vida inicial, atrasando algum objetivo de curto prazo, não devem comprometer o projeto vital. O ideal é exemplificar com casos conhecidos de pessoas próximas que passaram por situações complicadas, mas que conseguiram dar a volta por cima e seguir em frente.

 

 

 

Fonte: educar para crescer